sábado, 21 de julho de 2012

Teoria Musical - Parte 3 - A Partitura


No último post sobre teoria musical, escrevi sobre os conceitos básicos das notas músicais, e vimos todas as notas do sistema ocidental de música. Caso você ainda não tenha lido os posts anteriores, aconselho a você voltar para a parte 1 e ler os textos em sequência. Nesse próximo post, farei uma breve introdução à partitura, e veremos como escrever as notas musicais nela.

A Partitura

A partitura é um sistema de escrita musical completo e universal. Na partitura podemos representar qualquer instrumento, com informações completas sobre a execução da música, como digitação (dedos que devem ser utilizados), efeitos, dinâmica, interpretação etc. Toda a escrita da partitura é feita sobre a pauta, um conjunto de 5 linhas paralelas.

As notas musicais são representadas por pequenos círculos, desenhadas na pauta. A nota pode estar sobre uma linha (sendo cortada ao meio pela linha), ou entre duas linhas. Caso seja necessário, podem ser utilizadas linhas complementares para escrever as notas mais agudas, ou mais graves. Quanto mais para baixo a nota estiver, mas grave será o som, e quanto mais alto, mais agudo.

Na prática

Com a tecnologia de hoje, existem diversos softwares para a escrita e execução de partituras. Os mais famosos e utilizados são o Finale (mais robusto e completo) e o Encore (de utilização mais fácil), ambos pagos. Para o desenvolvimento dos posts, vou utilizar uma ferramenta gratuita chamada Note Flight. A grande vantagem dessa ferramenta é que ela é totalmente web, podendo ser acessada de qualquer computador sem a necessidade de ser instalada. Além disso, as partituras escritas podem ser compartilhadas com os outros usuários, facilitando o acesso e distribuição da mesma entre os demais membros do seu grupo.

Para iniciarmos a compreensão de escrita na partitura, veja a partitura a baixo:



Repare que, como dito anteriormente, as notas (representadas por pequenos círculos), são escritas ou sobre as linhas, ou entre elas. A primeira nota da esquerda, mais grave, está usando uma linha complementar. Por hora, não vamos nos preocupar com os outros elementos da escrita, ou com o porquê da nota ser preta com um bastão.

Na escrita da partitura, a cada "degrau" que subimos, ou descemos, avançamos ou voltamos uma nota natural. Por exemplo, se a primeira nota do "Exemplo 1" fosse uma nota Lá, a segunda seria Si, a terceira Dó, e assim por diante. Se a quarta nota fosse a nota Sol,  a nota anterior (a terceira) seria um Fá e a quinta nota seria um Lá. Desse modo, para saber em quais posições ficam cada nota, basta ter uma nota de referência definida. Essa nota de referência é dada pela "clave".

A clave é o primeiro desenho da partitura (à esquerda), e ela determina a "nota de referência", à partir da qual sabemos quais são todas as outras notas. A clave do Exemplo 1 é uma Clave de Sol, ou seja, ela determina que no ponto em que ela começa a ser desenhada (quarta linha de cima para baixo), é a nota Sol. À partir dessa referência, podemos descobrir que a primeira nota do exemplo 1 é um Dó, e avança por todas as notas naturais até repetir a nota dó uma oitava acima.

Existem mais duas claves: A clave de Fá e a Clave de Dó. A clave de Fá é utilizada para instrumentos graves, como o contra-baixo, e a clave de Dó, mais rara de ser encontrada, serve para instrumentos de altura média, como a viola, e parte da extensão do violoncelo.

No exemplo 2, abaixo, coloquei uma escala passando pelas 3 claves, começando pela nota "Mi" na clave de Fá, e finalizando-a na nota Dó da clave Sol, demonstrando assim a relação entre elas.



Conforme vimos no último post, existem as notas acidentais. Para representar os acidentes na partitura, utilizamos os desenhos de sustenido (#) ou bemol (b) à esquerda da nota. quando colocamos uma marcação de acidente musical, todas as vezes que a mesma nota repetir no mesmo compasso ela também será alterada  (falarei mais sobre o conceito de tempo e compasso no próximo post). Caso se queira que a nota repetida não seja alterada, precisamos utilizar um sinal de bequadro  ("\natural" indicando que o acidente daquela nota foi cancelado. Veja a utilização dos acidentes musicais e seus cancelamentos no exemplo 3:



Em diversos casos, podemos indicar no começo da partitura que determinadas notas sempre serão alteradas durante a música. Por exemplo. eu posso indicar que toda nota fá de uma música será sustenido. Para fazer essa representação, os acidentes são desenhados logo após a clave, e são chamados de "Armação de Clave". Em termos práticos, a armação determina o tom da música (falarei no futuro). Repare no exemplo 4 que a armação de clave indica que todas as notas Fá e Dó da partitura serão sustenidos. Caso deseje utilizar a nota natural, precisamos utilizar o sinal de bequadro, o que acontece na antepenúltima nota do exemplo.




Resumindo, a partitura é um sistema universal que utiliza um conjunto de 5 linhas chamado pauta. As notas musicais são desenhadas em forma de círculos sobre as linhas da pauta. Para sabermos qual nota está sendo representada na partitura, precisamos de uma nota de referência, que é dada pela clave. Para representar as notas acidentais, utilizamos os desenhos de acidentes (# e b) à esquerda da nota, ou no começo da partitura na armação de clave.

No próximo post falarei sobre o elemento "tempo" da partitura.

Qualquer dúvida, comentário, sugestão ou crítica, fiquem à vontade para postar na sessão de comentários.

no amor do mestre,

Renan Alencar de Carvalho

2 comentários:

  1. Curti muito seu blog, também estou tentando ajudar pessoas que querem melhorar musicalmente. Tenho um blog também, visite musicaprende.com e me diga o que achaste...
    Abraço.

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    1. Obrigado ter acessado meu blog, Lemos. Também acessei e gostei do seu blog! Hoje em dia não estuda quem não quer, existe muito material disponível na internet! É verdade que existe muita coisa ruim, mas também existem coisas muito boas!
      Mas a intensão do meu blog é mais voltada para o contexto da música na igreja cristã, de um ponto de vista muito pessoal. Mas de qualquer forma, sou a favor da produção de conhecimento livre e de uso universal.... nesse ponto, às vezes posto algumas coisas mais genéricas sobre teoria e técnicas musicais!

      Grande abraço!

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