terça-feira, 21 de junho de 2011

Promoção - Ganhe um CD do Stênio Marcius

Em comemoração à marca de 5000 acessos ao blog, vou sortear um CD do Stênio Marcius "Canções à Meia Noite". Para participar, basta seguir as instruções abaixo:

  • Siga o blog
  • Comente nesse post uma sugestão de como impactar a sua comunidade local (seja igreja, bairro, escola, faculdade etc) e levar a luz de Cristo através da arte.Coloque no post alguma forma de contato (email, site pessoal, blog, celular etc). 

O autor da sugestão mais original e viável ganhará o CD, e o apoio do blog para implementar a ideia. Só serão aceitos os comentários feitos até o dia 15 de agosto* (podendo ser prorrogada).
Seja um agente de transformação na vida das pessoas levando a mensagem de Cristo através das Artes.

Participe, e divulgue essa promoção!


No amor de Cristo,

Renan Alencar de Carvalho



* A promoção foi extendida por 15 dias devido à baixa participação das pessoas!

sábado, 4 de junho de 2011

A Verdadeira Música Evangélica


Texto escrito por Gerson Borges, extraído de seu blog (leia aqui).


A Verdadeira Música Evangélica

Tem muita coisa boa nisso tudo que temos visto e OUVIDO por aí …. E tem muita coisa absolutamente desnecessária, descartável, lixo religioso mesmo, sem medo de soar arrogante e presunçoso. Não preciso argumentar ou provar nada: peguem e ouçam . Falo de um ponto de vista teológico-espiritual ( conteúdo bíblico, coerência com o histórico ensino bíblico cristão , reformado e evangélico ) , de um ponto de vista estético ( melodias óbvias, harmonias do tipo ctrl+c, crtl+ v , letras de mau-gosto , ou seja , as formulas repetitivas dos clichês , clichês e mais clichês)  É : o BUSINESS tomou conta e as gravadoras seculares apostam no ” Gospel ” como a salvação da bancarrota fonográfica na era da pirataria e do download ilegal. ” Você adora, a Som livre vende “. Argh… Ricardo Barbosa está certíssimo : ” Quem define o que cantamos no domingo são os executivos das gravadoras”.
Essa semana, Hans Kung me acordou com um soco : “Será que tudo isso é ” Cristão” ? Só se for em um sentido tradicional, superficial, falso (…) nada disso é ” Cristão ” no sentido mais profundo, verdadeiro, original da palavra. Nada disso é verdadeiramente cristão : nada tem a ver com Cristo, em cujo nome se baseia.” ( Por que ser cristão hoje? , Ed Verus, p. 21 ) Parafraseando, nada disso, esse mercantilismo, essa macdonaldizacao do culto comunitário, esse louvor fast-food, essa droga de música e essa música-droga, ópio do povo ( basta ver quem são os principais consumidores desses cds, dvds e shows…), isso NÃO É MÚSICA EVANGÉLICA. Tudo o que for genuinamente evangélico tem de dar na forma e no conteúdo UMA BOA NOTICIA. Da parte de Deus. Isso , essa música banal, não tem (a) Beleza, isso não tem (a) Verdade. Isso não anuncia a Graça de Deus e o Deus da Graça, isso não está à serviço e à favor dos valores do Reino de Deus, isso não prega Jesus Crucificado, isso não pastoreia e edifica a sua Igreja. Isso é coisa de Mamom, é ” Dança ao redor do Bezerro de Ouro ” ( Eugene Peterson ).
Música ( e arte ) Evangélica deveriam trazer consigo SABEDORIA. Isso, arte-sabedoria, foi magistralmente sintetizado por Harold Bloom: ” esplendor estético, força intelectual e as nossas necessidades de beleza, verdade e discernimento. ” ( Onde encontrar a sabedoria ? ( Ed. Objetiva, p. 13 ) Encontro essa sabedoria nos Salmos, nos Hinos Protestantes, das letras esplendidas de Guilherme Kerr, Sergio Pimenta e Stênio Marcius.
Música ( e arte ) Evangélica deveriam trazer consigo POESIA. Poesia é susto, invenção, novidade genial, artimanha e engenhosidade criativa. Poesia, saibam os senhores, é muito mais que rimas. Poesia é olhar a vida com olhos de criança, olhos de Deus: ” Talvez o amor e a natureza foram desde muito cedo as jazidas da minha poesia”, escrever Pablo Neruda ( Confesso que vivi - memórias , Ed. Difel, p. 12 ) Poesia evangélica ? Adélia Prado responde:
” Pensava assim:
Se a cama for de ferro e as panelas,
o resto Deus provê:
é nuvem, sonho, lembranças . ”
( Terra de santa Cruz, Ed. Record, p. 43 )
Eu sei que corro perigo aqui. Por isso recorro a Ferreira Gullar: ” Não pode nenhum poeta - nem ninguém ter a pretensão de estabelecer regras e rumos para a poesia (…) a produção do poema é absolutamente impossível de prever-se. ” ( Sobre arte, sobre poesia, Ed. José Olympio, p. 157 ) Mas que a poesia da canção Evangélica requer a leveza, a originalidade e a profundidade das Parábolas de Jesus, poemas de ouro, maravilhas teológicas e literárias, ah, isso requer e não tem conversa. Encontro essa poesia nas letras subversivamente cristãs de Gladir Cabral e Paulo Nazareth ( Crombie ).
A verdadeira Música Evangélica é PARA A IGREJA E ( sobretudo ) PARA O MUNDO, A CULTURA. Pode(ria) e deve(ria) ser cantada, entoada à boca grande em todo e qualquer lugar. É como as palavras do Eclesiastes, O Livro de Jó, as Doxologias de Paulo: poemas. Verdade de Deus, tesouro do Homem. Pode ser bíblica sem citar a Bíblia? Pode. Deve. Precisa! Feito o livro de Ester, um livro cujo autor não cita Deus, a oração ” como artificio literário que visa a ressaltar o fato de que Deus é quem controla é dirige coincidências aparentemente insignificantes “, como sacou Raymond Dillard ( Bíblia NVI de estudo, Ed. Vida, p. 793 ) Palavrantiga, que banda maravilhosa! Qualquer um um pode ouvir  Carlinhos Veiga, Roberto Diamanso, Carol Gualberto, Jorge Camargo, Diego Venâncio , Glauber Plaça…
A verdadeira Música Evangélica é TRINITÁRIA : dialoga, convida, respeita o outro, compartilha, convida à Comunhão, sai do Eu, vai pro Nós ou insiste no Eu-Tu, como nos ensinou Martim Buber, filosofo judeu. A música que ouço por aí se dizendo evangélica ” formulou , nas palavras sempre surpreendentes de Eugene Peterson, ” uma nova trindade, que define o ’ eu ’ como o texto soberano para a vida (…) Pai, Filho e Espirito Santo são substituídos por uma trindade pessoal , muito individualizada , composta por meus desejos santos, minhas necessidades santas e meus sentimentos santos “. ( Maravilhosa Bíblia, Ed. Mundo Cristão, p. 47 ) Ju Bragança, Tiago Vianna, Elly Aguiar, Silvestre, Denis Campos  me convidam a adorar ao Pai por meio do Filho no poder do Espírito!
A verdadeira Música Evangélica é, como toda arte, pequena ou grande, popular ou erudita, uma DÁDIVA. Sim, ” toda obra de arte é uma doação, não uma mercadoria. As obras de arte existem simultaneamente em duas economias: a economia do mercado e a economia da doação. (…) uma obra de arte é capaz de sobreviver sem depender do mercado, mas quando não há doação não há obra de arte (…) a arte que importa para nós - a arte que toca o coração, que enleva a alma, deleita nossos sentidos, essa obra é sempre recebida como um presente. “ ( Lewis Hyde, A dádiva: como o espírito criador transforma o mundo, Ed. Civ. Brasileira, p. 13,14 )
Sim, meus caros e afetuosos amigos, eu quero ( continuar a ) fazer Música Evangélica. Será que me enquadro nesse parâmetros que a minha consiência e integridade me apontam? Poderemos resgatar das ruínas esse adjetivo tão precioso, enfiado na lama dessa industria religiosa?
 ( Ps.: a lista acima é minha. Faça a sua e poste aqui, que tal o exercício ? ) 
Gerson Borges é pastoreador: pastor evangélico, poeta/musico e educador.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Construindo o momento de cânticos

Já teve a impressão que o culto está totalmente desconexo de uma parte da outra? Ou então, que as músicas no momento de cânticos não tem continuidade de uma música para outra, e às vezes até parecem se contra-dizer? Se você já tem algum tempo de igreja, já deve ter visto  uma situação como essa:


"Começa o culto. Após a leitura de alguns versículos e avisos gerais, entra a equipe de louvor para ministrar o momento de cânticos. Para "quebrar o gelo", a primeira música fala sobre comunhão e amor fraternal, fazendo com que as pessoas se comprimentem. Na segunda cantam sobre conquista e triunfalismo do cristão (prosporidade), na terceira sobre o imenso amor de Deus e de seu cuidado por cada ser, na quarta sobre como Deus esmagou e aniquilou seus inimigos, fuminando até o último fio de cabelo deles, e por fim, acaba cantando uma música de entrega, para preparar um 'clima' para a pregação"


Dentro do culto de nossas igrejas, depois da pregação, o momento de cânticos provavelmente seja o momento de maior destaque e que ocupe mais tempo. A música consegue envolver as pessoas, facilitando para que elas entrarem em um "espírito de adoração", e se colocarem diante Deus. Mas como toda ferramenta, ela precisa ser bem usada. A escolha de músicas "erradas" pode desestimular ou inibir as pessoas, quebrando o momento de adoração.

Quando tocamos/cantamos, estamos também ensinando, pregando e ministrando na vida das pessoas. Estamos levando uma mensagem para as pessoas, e precisamos nos preocupar se essa mensagem estará sendo entendida, se tem lógica entre si e se está bem estruturada. Um dos erros mais comuns de equipes de louvor em relação à escolha de músicas, é tocar músicas com temas totalmente diferentes e aleatórios, não comunicando efetivamente nada para a igreja! Isso acontece porque muitas vezes as músicas são escolhidas em critérios como gosto pessoal, músicas que não são tocadas a algum tempo, as primeiras músicas lembradas etc.


Pensando nisso, colocaremos aqui algumas sugestões de como preparar e escolher as músicas que serão tocadas no momento de cânticos.

Pontos de partida

- Ore
Acima de tudo, o controle do culto tem que estar nas mãos de Deus. Esteja atento para a "voz" do Espírito Santo. Gaste um tempo orando e pedindo direcionamento. Tenha sempre em mente que a ação de Deus não está restrita a regras ou metodologias.

- Conheça as necessidades de sua igreja
Esteja sensível ao momento da igreja. Caso a igreja esteja passando por problemas de intrigas, procure músicas sobre amor e perdão, caso esteja passando por momentos de dor, procurem músicas sobre o consolo e a soberania de Deus... 

- Procure saber o tema da pregação
Usar músicas que estejam relacionadas com o conteúdo da pregação que será realizada valoriza a mensagem e dá uma maior unidade ao culto. Embora não seja uma regra, é um bom início. 


Caso você não saiba o tema da pregação, e não tenha nada em especial que você entenda que a igreja precise, ou algo que Deus esteja colocando em seu coração, procure escolher como tema central das músicas as grandes verdades do evangelho, como a graça de Deus, o sacrifício de Cristo, arrependimento, soberania de Deus etc.




Estruturando o período


Gráficos de tipos de adoração

Antes de iniciar a escolha das músicas, vale parar para pensar sobre como será o desenvolvimento do momento. Dependendo do contexto (momento do culto que vai ocorrer, se será continuo ou se terá alguma pausa no meio etc), o desenvolvimento das músicas será diferente.

Um dos pontos que você deve observar é em relação aos ritmos e andamentos (velocidade) das músicas. Alternar muito entre músicas rápidas e lentas podem resultar em um efeito negativo. Para ajudar a ter um desenvolvimento fluido do momento, você pode colocar as músicas seguindo um gráfico.

Existem 3 tipos de sequências mais comuns:

- Decrescente
Nesse primeiro tipo, coloca-se as músicas mais rápidas e agitadas no começo, diminuindo gradativamente, acabando com músicas lentas, e geralmente de maior profundidade e reflexão. Esse tipo de desenvolvimento é interessante para "preparar" as pessoas para uma pregação mais profunda e reflexiva, ou para um apelo. 


- Crescente
Oposto ao primeiro, inicia-se com músicas mas lentas, e finaliza-se com músicas mais rápidas e animadas. Uma bom momento para aplicar esse tipo de desenvolvimento é no culto matinal, onde algumas pessoas podem estar mais sonolentas no início do culto, e irem se envolvendo até estarem mais despertas para a mensagem.


- Parábola
O terceiro e último tipo, é a adoração em gráfico de parábola. Inicia-se com músicas agitadas, depois vai diminuindo até um momento de músicas lentas, e por fim, volta a crescer e acaba com músicas mais rápidas e animadas, muitas vezes, muito mais rápidas e animadas do que as músicas iniciais. Essa disposição de músicas é comum em "louvorzões".

Fases da Adoração

Dentro da visão da Vineyard Music, o período de cânticos pode ser dividido em 4 fases. As músicas são escolhidas e organizadas de acordo com o propósito de cada fase, construindo um desenvolvimento lógico da mensagem que está sendo cantada.

- Chamado
Nem todas as pessoas se preparam para o culto. Geralmente, as pessoas começam o momento de louvor com pensamentos fora do foco, que é adorar a Deus. A(s) primeira(s) servem para fazer as pessoas "acordarem" para o louvor, deixando de lado todas as coisas que não sejam se colocar na presença de Deus. Exemplos clássicos desse momento são as músicas "Vem, Esta é a Hora", "Hoje é Tempo" e "Bom Estarmos Aqui".

- Envolvimento
Depois de "conectadas", as próximas músicas servem para levar as pessoas a uma maior profundidade na adoração. Como o próprio nome diz, a idéia é envolver as pessoas dentro do tema.

- Intimidade
Nessa fase, se atinge o climax do tema do louvor. Geralmente são músicas mais profundas e reflexivas, músicas que coloquem a igreja diante de Deus, com temor e tremor, abrindo o seu coração para a sua palavra. Muitas vezes, o momento de cânticos acaba na fase de "Intimidade".

- Adoração
Depois de colocar-se diante de Deus, nada mais natural do que adorá-lo. A última parte da adoração consiste em pura e simplesmente adorá-lo, dar-lhe toda a honra e toda a glória, declarando a seu amor, santidade, soberania etc.

Dicas e Boas Práticas para a escolha das músicas

- Utilize somente músicas que sejam teologicamente corretas e coerentes com a doutrina de sua igreja. Parece óbvio dizer isso, mas muitas equipes não param para refletir sobre o que estão cantando, e não é incomum encontrarmos algumas "heresias" (mesmo que sutis) nas músicas do "mercado gospel".

- Se uma música possui alguma parte que você discorde teologicamente, não altere a letra para "adaptá-la". Isso fere as leis de direito autoral, e a intenção e trabalho do compositor devem ser respeitados.

- Lembre-se que o louvor é para toda igreja. Cuidado para não tocar músicas que agradem somente um determinado grupo, como somente os jovens. Procure um equilíbrio, mesclando entre músicas novas e antigas, rítmos diferentes, usando hinos etc.


- Se existirem diversas traduções de uma mesma música, busque aquela que melhor expressa o sentido original da música, e não a tradução que determinado artista usa. Respeite a intenção do compositor.

- Algumas músicas funcionam melhor do que outras. Procure usar músicas que você sabe que funcionam na sua igreja.

- Evite tocar excessivamente a mesma música. As pessoas podem se cansar dela, ou começar a a cantar sem pensar na letra.

- Cuidado para não tocar muitas música novas de uma vez. Procure introduzir músicas novas aos poucos. Procure tocar a música nova várias vezes, até a igreja aprender.

- Música nova para a igreja é música velha para o grupo de louvor. Não toque uma música que o grupo não tenha segurança para tocar/cantar.

- Unir uma música com outra é um ótimo recurso para evitar um "vazio" entre as músicas. Esse tempo de silêncio pode ser um pouco pertubador, fazendo com que as pessoas percam o foco. Você pode unir músicas usando músicas com o mesmo tom (mesmo que quebre o ritmo), ou músicas que tenha o mesmo rítmo, tomando um certo cuidado com músicas de tons diferentes (será necessário fazer a modulação).