sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Autorretrato da Música Brasileira Especial (02/12/2011)

Para quem não foi, um pouco do que aconteceu no dia:






E algumas fotos da Natália Osis (clique aqui para mais fotos)...









quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu recomendo - DVD "Vida de Criança"

Olá a todos,

Fiquei algum tempo sem escrever muita coisa por aqui, mas pretendo voltar a dar mais atenção ao blog... e para começar, vou começar a fazer alguns posts de recomendações de Cds e Dvds que "valem a pena" ser adquiridos.

Minha primeira recomendação vai para os pais e "tios" de plantão, com o DVD "Vida de Criança", produzido pelo Stênio Marcius e o Diego Venâncio. O DVD trás músicas para o público infantil, com animações simples e divertidas. 

Além das letras que tratam de verdades e valores bíblicos, dentro da linguagem infantil, as músicas são bem arranjadas, com uma boa dose de brasilidade, fazendo do DVD um bom "investimento" na vida da criança.


O DVD pode ser encontrado no site Empório Cristão.


Abraços,

Renan Alencar

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Por quê valorizar o músico cristão de qualidade?

O Diego Venâncio tem gravado alguns vídeos com músicos e pensadores cristãos respondendo à seguinte pergunta:

"Por quê valorizar o músico cristão de qualidade?"

Compilei os vídeos em uma lista de execução do youtube, para você parar e refletir sobre "qual é o nosso papel" como artistas em meio a tanta confusão que existe na música cristã. Em especial, recomendo você parar  para assistir os dois primeiros vídeos, com o Guilherme Carvalho do Instituto L'Abri.

Espero que esse vídeos te inspirem a somar forças aos artistas que querem mostrar a verdade do evangelho através de sua arte, de forma contextualiza e com qualidade, sem se vender ao mercantilismo e a mediocridade que rondam a música cristã brasileira de hoje.





quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Louvor - Você está fazendo isso errado!


Quantas vezes o período de cânticos não chega desse modo aos ouvidos de Deus?

Enquanto apoiamos nossa adoração no emocionalismo e na busca do "parecer" espiritual, o nosso coração, que é o que Deus realmente olha, passa longe do alvo. Quantos domingos não cantamos assim?!



Precisamos nos concentrar para que não somente o que sai de nossas bocas louvem a Deus, mas também o que se passa em nosso interior, e mais do que isso, nossa vida e nossas atitudes diárias o exaltem.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Alguns conselhos para o músico cristão

Fonte: Arte de Chocar



Alguns conselhos para o músico cristão

Por Antognoni Misael 
A história da música na igreja já passou por diversos estágios até ter se tornado o que de fato é no século XXI. Decerto esta história é bem mais antiga do que pensamos – a saber, que Deus fez uso da música desde o princípio do mundo e até hoje continua se agradando de suas variedades. Uma versão da bíblia, em espanhol, de Casiodoro de Reino, de 1969, apresenta a seguinte redação de Ezequiel 28.13: “Teus tambores e flautas estiveram preparados para ti no dia da Tua criação”.  Não obstante, a primeira citação relacionada a música nas Escrituras acontece com Jubal, filho de Lameque, tido como “o pai de todos os que tocam harpa e flauta" (Gn 4:21); outras passagens relatam sobre Moisés e o povo de Israel quando cantavam (Êx 5.1); Miriã, irmã de Arão e Moisés, que além de cantar e tocar também dançava (Êx 15.20-21); os cânticos de Davi (2Sm 22.1), e a exímia arte de compor canções, do seu filho Salomão (1Rs 4.32); Jesus cantando com seus discípulos (Mt 26.30), e o episódio de Paulo e Silas na prisão louvando ao Senhor (At 16.25).
Certamente na Bíblia não encontramos um livro ou capítulos específicos sobre música, assim como não existe nenhuma contribuição relacionada a técnica, ao sistema tonal, ritmos, harmonizações, técnica vocal, etc. Alegoricamente a Bíblica deixa implícito que há outras fontes de pesquisa, estudo e sistematização adequadas para um preparo correto e coerente para a função do músico na eclésia, visto que a música (como ciência e arte) é uma cultura mutável de acordo com etnias e lugares e seria ilógico deixar para a Igreja um padrão estético pré-moldado – sem falar que a Bíblia não é um fonógrafo.
Decerto, o que aconteceu foi um acompanhamento natural da história da música na igreja com a própria História da Música Ocidental – tratando-se, claro, de ocidente. Não precisamos de longos estudos pra entender que quando o Rock, a Balada e o Pop, (e em menor grau o Blues, Jazz, Samba, Forró, etc.) entraram definitivamente nos repertórios congregacionais das igrejas brasileira na década de 90, só assim o fizeram porque já estavam normalizados na Música do Ocidente. Isto se torna um problema na medida em que não sabemos posicionar nossos conceitos por desconhecer nosso próprio passado, tanto como igreja, quanto como músico.
Atualmente muitos dos que compõem a comissão de frente nos cultos solenes adoram serem chamados de levitas, de serem respeitados, e/ou até vistos como um “canal sagrado” de bênçãos e unções durante as ministrações. Na verdade, o que percebo de perto – como músico “deslevitado” que há 14 anos vive ecoando acordes dentro e fora da igreja - é um certo relaxamento por parte de muitos músicos e líderes envolvidos com a área.
Não há dúvidas de que é importantíssimo na vida de um músico cristão o zelo pela assídua frequência no templo, oração e leitura bíblia. Contudo ainda não é tudo! Ser músico a serviço de Deus é algo que abarca vários detalhes imprescindíveis (principalmente nos dias de hoje onde a música gospel, parece não ter nada do Gospel) para que “verdadeiro adorador” seja um adorador da Verdade.
Fiz algumas observações que considero importantes para os músicos que ministram na igreja:
1) Além de uma vida de adoração, devoção e piedade, busque se aprofundar no estudo musical. Como alguém pode dar o melhor a Deus se não busca aperfeiçoamento técnico? Saiba servir também com um bom instrumento, com belos acordes, ritmo e uma excelente afinação. Isso seria o Básico!
2Leia bastante sobre a história da igreja e sobre história da música para que você se situe no tempo e espaço. Por exemplo, pra se ter uma idéia, foi apenas no século XVI, na Alemanha, que a igreja protestante liderada por Lutero, desenvolveu a tradição de compor hinos populares cantados em alemão na forma coral (substituindo o cantochão medieval em latim). Então após reforma, tal formato de hinos passou por um processo de “canonização” evangélica, repelindo qualquer aceitação de outras canções senão aquelas dos hinários, entendidas como “as músicas inspiradas por Deus”. O curioso é que essa tradição européia chegou até o Brasil através da colonização e resistiu, a grosso modo, incrivelmente até os idos de 1970.
3) Conheça as funções normais da música e desconstrua a ideia de que ela é sinônimo de adoração. Além de arte, Música é linguagem. Na cultura africana ela tinha uma função especifica de comunicação, o toque dos tambores serviam para um aviso ou chamamento; o que da mesma forma ocorre na ordem unida do militarismo em geral. Atualmente ela tem utilidades peculiares como fundo musical, jingle de comerciais, movimentação sonora para shoping, etc. Na igreja ela pode ser utilizada para: louvor, adoração, comunicação do evangelho, confraternização, entretenimento, casamentos, ensino, testemunho. Ou seja, é bom que o músico saiba qualificar cada música na função especifica, de forma oportuna com os momentos de culto.
4) Procure entender como surgiu a verdadeira música estilo Gospel. Com a segregação racial, no início do século XIX algumas igrejas negras (Batista, Metodista, dentre outras) desenvolveram a música Gospel, que foi resultado de uma miscelânea entre as canções de trabalho (worksong’s) entoadas pelos negros escravos, músicas folclóricas, blues and Jazz, decorrendo em características congregacionais com envolvimento alegre e emotivo entre os fieis. No Brasil, por volta dos anos 90, o Gospel surge como uma marca patenteada por um clã específico, e legitimada por vários grupos que notaram o potencial rentável do mercado evangélico. Hoje, ser “Gospel” no Brasil é ser Pop, ser Astro.
5) Procure conhecer muita música cristã para servir a igreja local com um repertório edificanteEscute VPC, Grupo Elo, Logos, Sérgio Pimenta, Bené Gomes, Adhemar, dentre tantos, e observe o que ela traz de diferente do Gospel de hoje. Sendo assim, nunca avalie uma canção pela popularidade dela, mas faça uma análise estrutural: letra, mensagem, melodia, harmonia, ritmo, respaldo bíblico. Para que a análise seja bem sucedida não esqueça de que o conhecimento teológico, crítico-musical precisam estar bem afiados.
Estes pequenos conselhos não são frutos de excesso de conhecimento, mas de uma longa aprendizagem, cheia de acertos, mas também repleta de erros. O que não podemos fazer é desistir de sermos melhores para Deus e para as pessoas. (1Co 10.31)

Como integrar um novo membro ao ministério de louvor



Uma frase que cansei de ouvir de muitos líderes e pastores é a
seguinte:
“…acabei de conhecer um rapaz que toca e canta muuuuiiitttooo, e já
o coloquei na equipe de música da minha igreja, e é uma benção!”
Quando ouço isso, logo me pergunto (quando possível a quem me disse):
É uma benção mesmo? De onde vem tanta certeza? Ele era uma benção na
igreja que antes congregava? E se era, porque ele saiu? E o motivo pelo qual
ele justifica sua saída é verdadeiro, ou é a versão dele?
Sei que posso parecer meio desconfiado demais, porém, depois de
acompanhar muitas frustrações e até mesmo divisões em ministérios
aparentemente fortes, descobri que um “pouco” de cautela não faz mal a
ninguém. Claro que conheci alguns poucos casos que realmente deram certo,
como por exemplo, pessoas que precisaram mudar de igreja por motivo de
distância, pois vieram de outras cidades e não teriam como continuar em suas
igrejas. Mas quero insistir, situações bem pontuais!
Um dia ouvi essa frase do meu pastor Nelson Dall’Oca
“ é sempre melhor esperar um pouco mais prá colocar alguém no grupo, do
que colocar ,e logo em seguida, precisar tirar.”
Portanto, quero compartilhar 4 dicas básicas, que tem nos ajudado muito, no
momento de agregar novos membros a equipe de música:
1ª Dica: Ser batizado
O próprio Jesus como exemplo, começou o seu ministério a partir do batismo.
O batismo é básico e fundamental para quem crê na fé Cristã.
2ª Dica: Pelo menos 6 meses como membro da igreja
Durante esse período, dá pra sentir pelo menos um pouco se a pessoa se
identificou com a igreja e se realmente quer fazer parte dessa comunhão.
3ª Dica: Ter um líder pessoal ou um discipulador
Falar em causa própria é fácil, mas bom mesmo é ter alguém maduro
que possa dar um acompanhamento, aconselhando, orando, cobrindo
espiritualmente e assim, avalizando a sua participação no ministério.
4ª Dica Teste técnico
Faça pelo um teste pra melhor avaliar se realmente tem o mínimo de condições
técnicas para tocar ou cantar.
Lembrem-se; Tudo isso são apenas sugestões que nos ajudaram a minimizar
alguns constrangimentos, que tão de perto nos rodeiam
Deus os abençoe,
Fabiano Cairolli
Ministério Louvai

domingo, 4 de setembro de 2011

Tecnologia a serviço da arte

É incrível o que o avanço tecnológico têm nos permitindo fazer, em especial na questão da arte, e mais especificamente na música.


No começo da indústria fonográfica, para se gravar uma música precisava-se de um aparato caríssimo. Hoje, no entanto, nem se precisa mais de instrumentos. Podemos produzir uma música simplesmente utilizando o nosso telefone celular.


Foi isso que o grupo abaixo fez para gravar uma música de adoração a Deus, simplesmente utilizou seus iPhones.








Até mesmos os instrumentos tem passado por mudanças. A digitalização do som e os novos meios de se tocar proporcionaram novos horizontes de possibilidades. Embora muita gente tenha uma certa barreira com a a digitalização e virtualização da música, não podemos negar que a tecnologia democratizou a produção de arte.

Apenas para exemplificar, estou colocando aqui alguns vídeos de novos tipos de "guitarras".g






Um grande abraço,

Renan Alencar de Carvalho

sábado, 3 de setembro de 2011

Pelo fim da escravidão


No último fim de semana, estive no "Nossa Música Brasileira", evento que reúne diversos cantores e compositores da "MPB Cristã" (leia o post "As quatro cenas musicais"), que acontece no acampamento dos Jovens da Verdade (Araujá, São Paulo).

Durante a apresentação do Gladir Cabral, que gravou o DVD "Casa Grande", ele falou algo que incomodou meu coração: "O número de escravos existentes hoje é maior que o número de escravos que existiam na época da escravidão", e que já existem diversos grupos abolicionistas surgindo ao redor do mundo. Por mais que isso pareça absurdo, basta acompanhar o noticiário para ver essa verdade. Recentemente, a marca de roupa Zara foi acusada de utilizar mão de obra escrava dentro da cidade de São Paulo (leia no blog Coletivo Verde).

O mais triste é que normalmente as pessoas cativas na escravidão são mulheres e crianças, seja para o trabalho, seja para a exploração sexual.

Mas o fato é que existe um tipo de escravidão que está muito mais perto do que imaginamos, inclusive dentro das igrejas: a escravidão de idéias. Os pensamentos, gostos e até atitudes das pessoas tem sido moldados e manipulados por aqueles que detêm o poder, e não aceitam serem questionados ou desafiados. E quantos pastores e líderes religiosos não tem agido dessa forma? Impondo sua vontade a força, agredindo (verbalmente ou moralmente) qualquer um que questione suas práticas, mantendo as pessoas alienadas e sem pensar, continuando assim a se manter no poder.

Como artistas cristãos, sejam músicos, poetas, compositores, pintores, ou qualquer forma de expressão artística, é nossa obrigação denunciar as injustiças desse mundo, e trazer à luz a verdade do evangelho, que é libertação! Não podemos, de forma nenhuma, achar que nossa expressão de adoração à Deus acontece apenas de maneira vertical, entre nós e Deus, transcendendo a realidade a nossa volta. Adorar a Deus é, antes de tudo, amar e cuidar do próximo... principalmente os mais necessitados. Que nossas vozes e nossa arte se una as mensagens das músicas abaixo, para expor as injustiças desse mundo, e fazer com que as pessoas que estão de "olhos fechados" dentro de nossas igrejas acordem para anunciar e proclamar a libertação que há em Cristo Jesus.

Convite à Liberdade

"Oh vinde vós os povos de todas as nações, erguei-vos e cantai com alegria
Fazei no ar soar a vossa melodia que Jesus Cristo traz libertação.
É tempo de esquecer a vil escravidão que em vós exercem homens ou ideias
É tempo de dizer que só Deus pode ser: O único Senhor da humanidade.


    A Verdade vos libertará sereis em Cristo verdadeiramente livres
    Vinde todos sim oh vinde já E celebrai com alegria s vossa libertação


E vós os oprimidos, e vós os explorados e vós os que viveis em agonia
E vós os cegos, coxos, vós cativos sós sabei que em breve vem um novo dia
Um dia de justiça, um dia de verdade, um dia em que haverá na terra paz
Em que será vencida a morte pela vida e a escravidão emfim acabará."





Em Nome da Justiça (João Alexandre)


"
Enquanto a violência acabar com o povão da baixada
E quem sabe tudo disser que não sabe de nada
Enquanto os salários morrerem de velho nas filas
E os homens banirem as leis ao invés de cumpri-las
Enquanto a doença tomar o lugar da saúde
E quem prometeu ser do povo mudar de atitude
Enquanto os bilhetes correrem debaixo da mesa
E a honra dos nobres ceder seu lugar à esperteza.


    Não tem jeito não.


Só com muito amor a gente muda esse país
Só o amor de Deus pra nossa gente ser feliz
Nós os filhos Seus temos que unir as nossas mãos
Em nome da justiça, por obras de justiça
Quem conhece a Deus não pode ouvir e se calar
Tem que ser profeta e sua bandeira levantar
Transformar o mundo é uma questão de compromisso
É muito mais e tudo isso.


Enquanto o domingo ainda for nosso dia sagrado
E em Nome de Deus se deixar os feridos de lado
Enquanto o pecado ainda for tão somente um pecado
Vivido, sentido, embutido, espremido e pensado
Enquanto se canta e se dança de olhos fechados
Tem gente morrendo de fome por todos os lados
O Deus que se canta nem sempre é o Deus que se vive,
não
Pois Deus se revela, se envolve, resolve e revive
Não tem jeito não, não tem jeito não. ( Bis )"





Casa Grande (Gladir Cabral)

"A casa grande é branca e branda como a seda, 
Acolchoada, fina e nobre como a renda, 
Mas aqui fora reina a lei da reprimenda, 
Da palmatória, nossa paga, nossa prenda. 


Doutores, caros, fortes, ricos e senhores 
Que suspirais pelas janelas dos amores, 
Olhai por nós marcados por terríveis dores, 
De vós vêm nossas esperanças e temores. 


    Os nossos corpos sendo mortos pouco a pouco, 
    Os nossos sonhos já desfeitos, todos loucos. 
    Na casa grande há uma cruz numa parede. 


No coração de um negro há uma casa nova 
Sem palmatória, sem corrente obrigatória, 
Sem mais senhores, todos são de todo amigos 
E nas paredes não há cristos esquecidos. 


Nessa fazenda Deus é gente aproximada, 
É tempo inteiro, tarde, noite e madrugada, 
Motiva encontro, comunhão e caminhada, 
Faz liberdade ser bem mais que uma palavra. 


    Os nossos corpos redimidos num momento 
    Bem mais veloz que a luz de todo o pensamento, 
    A nossa casa é muito mais que uma fazenda (1ª) 
    A nossa vida é bem mais que uma fazenda (2ª) "





No amor do mestre,

Renan Alencar de Carvalho

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Anime - Meu Último Dia

Já comentei em outros posts sobre minha decepção com a falta de manifestações artísticas cristãs fora da música. A igreja realmente precisa acordar para usar todos os seus dons e talentos para expressar e transmitir os valores da "humanidade" idealizada por Deus para a "humanidade" ainda caída.

Precisamos de mais poetas, pintores, escultores, cineastas, desenhistas, artesãos.... pessoas comprometidas com o reino que reflitam a luz de Cristo através de sua arte!

Navegando por alguns blogs, achei esse anime sobre a crussificação de Cristo, e fiquei feliz por saber que existem pessoas produzindo coisas boas a respeito do evangelho. Que mais e mais vídeos e animações continuem sendo produzidos para honra e glória D'ele.



No amor do mestre,

Renan Alencar de Carvalho

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

As quatro cenas musicais

O texto abaixo foi escrito em 3 partes por Sérgio Pereira (Baixo e Voz) para o portal Cristianismo Criativo. A publicação original pode ser conferida nos links abaixo:


As quatro cenas musicais - parte I

por Sérgio Pereira
Há pelo menos cinco anos tenho refletido sobre os espaços de apresentação e gêneros/estilos da música produzida por artistas evangélicos e entendo que hoje minhas convicções estão calcadas em solo pouco arenoso, devido às décadas de demonstração de atuação destes artistas confirmando tais convicções.
Minha conclusão é que existem quatro tipos de artistas (bandas ou cantores/as) produzindo música junto às igrejas protestantes brasileiras. Essas diferenças que levam a quatro cenas distintas se dão por vários fatores, mas, principalmente por estes: esses artistas não comungam do mesmo gênero/ estilo musical, não freqüentam as mesmas denominações evangélicas - o que leva, consequentemente, a outros discursos e práticas musicais relacionadas à visão que têm sobre a música como arte, comércio e no serviço religioso -, além de também não se apresentarem nos mesmos palcos e eventos. São eles: MPB cristã, Gospel, Adoração e Alternativa.
Mas, de antemão, assumo que minhas conclusões são apenas empíricas neste momento (tomara que a partir deste texto surjam estudos e pesquisas mais completos, firmados em boas referências bibliográficas e documentos, escassos neste momento). Outro dado importante se refere à terminologia empregada. Talvez o único termo difundido pelos artistas de sua própria cena, ou seja, o único tipo de artista que assume a denominação aqui citada seja aquele relacionado à cena gospel. Os demais não utilizam sempre “MPB cristã”, “adoração” ou “alternativa”.
Por isso, lê-se erroneamente em trabalhos acadêmicos ou nas prateleiras das lojas e livrarias que vendem CDs/ DVDs um apanhado geral dos artistas cristãos denominando tudo e todos simploriamente como “gospel”. Ainda, em relação à pesquisa acadêmica, geralmente os futuros mestres e doutores pecam por acharem que fazer parte dos grandes conglomerados fonográficos (gravadoras majors) é uma maneira de apontar a história da música no Brasil feita por evangélicos. Ledo engano; grande parte da produção está na mão dos independentes ou das pequenas gravadoras (e selos).
Foi difícil escolher um título para este texto. No princípio, pensei em chamar de “As quatro músicas”, mas, não eram apenas quatro composições. Depois achei que “Os quatro grupos” cairia bem, porém, me deu idéia de algo estático, fixo ou de “bando”, o que não era meu objetivo. Na sequência, escrevi com convicção “Os quatro movimentos”, entretanto, a idéia de algo em movimentação constante também não era verdade, pois os artistas relacionados não se locomovem de um espaço para o outro tanto assim. Aí encontrei o termo “cena”. Meu fiel companheiro, o dicionário digital Aurélio Século XXI me deu uma boa dica: uma das explicações para o termo cena é “cada uma das unidades de ação duma peça, cuja divisão se faz segundo as entradas ou saídas dos atores”. Era isso...
No próximo texto estarei escrevendo sobre as características principais destas cenas e dando exemplos de seus integrantes.

As quatro cenas musicais – parte II
por Sérgio Pereira
Com base no primeiro texto, desenvolvo aqui alguns comentários sobre aspectos das quatro cenas musicais citadas: MPB Cristã, Gospel, Adoração e Alternativa. Não é o objetivo deste texto levantar nomes à exaustão relacionados às cenas, por dois motivos: em primeiro lugar, por respeito a muitos dos colegas artistas que não querem seus nomes atrelados a algum dos rótulos aqui propostos (peço perdão de antemão aos citados que se sentirem incomodados por entenderem que sua arte está além da chancela aqui utilizada, mas eram necessários alguns nomes como exemplos); em segundo lugar, pelo fato de alguns destes cantores, bandas e compositores, mesmo que em quantidade pequena, transitarem em duas cenas.
Não há espaço neste texto também para caracterizar as cenas de forma mercadológica, mesmo porque todos que gravam CDs e DVDs (e aqui me refiro às quatro cenas) precisam vendê-los, no mínimo para pagar os custos da produção, mesmo os independentes. Há uma grande discussão que pode ser feita a respeito de mercado, arte e cristianismo, mas esta não é nossa proposta neste momento.
Sobre algumas das características das quatro cenas musicais, começo destacando a MPB Cristã, que tem como influências musicais a Bossa Nova, o Tropicalismo, a Canção de Protesto, o Clube da Esquina, a Nova MPB, o Rock Nacional e a tradição dos ritmos brasileiros (ex.: caipira, samba, baião, ijexá). Têm maior aceitação junto às missões (Ex.: Jovens da Verdade, Mocidade para Cristo) e denominações históricas (Ex.: presbiteriana, batista, metodista, congregacional, luterana). Geralmente se apresentam nos cultos destas igrejas e em eventos atrelados a elas fora dos templos. A temática das letras é variada, inclusive com críticas às próprias práticas evangélicas ("Tudo é vaidade") ou sobre os problemas do cotidiano social, político e econômico brasileiro ("Menino"):
TUDO É VAIDADE (João Alexandre)
Vaidade no comprimento da saia, no cumprimento da lei
Vaidade exigindo prosperidade por ser o filho do Rei
Vaidade se achando a igreja da história
Vaidade pentecostal
Vivendo e correndo atrás do vento, tudo é vaidade [...]

MENINO (Carlinhos Veiga e João Inácio)
Menino tá na rua
Nas esquinas, nas calçadas
Sua casa, sua vida,
Seu abrigo e ganha-pão
Seu barato é cheirar cola
Alegria tá na esmola
De dia é vigia
De noite é ladrão
Ê menino onde está seu pai, sua mãe e seus irmãos?
Ê menino onde está sua paz, seu sorriso e canção?
Ê menino onde você vai, por aí, sem direção?
Ê menino onde está sua paz? [...]

Um dos cantores da MPB Cristã, Gerson Borges, explicitou as influências de boa parte desses artistas na música "Discipulado":

Discipulado (Gerson Borges)

Gonzagão ouvia Caymmi
Que inspirou Buarque e Jobim
Os Baianos todos e o time
Dos Mineiros, foi sempre assim
Que se fez a nossa cantiga
A canção do nosso país,
Com Noel e o Samba da antiga,
As Cantoras do Rádio, Elis
Rebanhão misturou de tudo
Som Maior bebeu no Tio Sam
Grupo Elo fez seu estudo
VPC olhou pro amanhã
O Guilherme, o Jorge, o Pimenta,
O Bomilcar, Rehder, João,
Aristeu e uns mais de quarenta
Imitei, não tive opção [...]

Na segunda cena encontramos o termo “gospel”, de longe o mais difundido pela mídia (cristã e não-cristã) e pelos acadêmicos, como se a música feita por evangélicos fosse una. Apesar de serem influenciados e abraçarem diversos gêneros e estilos musicais como o rock (de variadas tendências), o reggae, o rap, o funk (incluindo aquele dos bailes-funk), o axé, o sertanejo universitário e o forró, boa parte de suas letras carrega consigo frases bastante parecidas e repetidas em diversas composições, como em "500 graus" ou "Recomeçar":

500 GRAUS (Cassiane)
[...] Pra fazer enfermidade desaparecer
Pra fazer o inimigo fugir de você
Uma nuvem de vitória está sobre a igreja
A previsão de Deus diz que vai chover [...]
É a promessa de Deus, o fogo vai descer, por esse poder! [...]


RECOMEÇAR (Aline Barros)
[...] Preciso da tua mão,
Vem me levantar,
Faz-me teu servo Senhor,
Me livra do mal.
Quero sentir o teu sangue curar-me.
Agora meu Senhor,
Vem restaurar-me. [...]
No entanto, algumas das majors têm apostado em trabalhos diferenciados, trazendo renovo para a terminologia “gospel”, tanto nas composições e letras como nos arranjos. Como exemplo, Leonardo Gonçalves (que gravou um CD com piano, cordas, percussão, contrabaixo acústico, violão e alaúde, todo cantado em hebraico – Avinu Malkenu) e a Banda Resgate, com letras diferenciadas como "Neófito", do seu CD Ainda não é o último:
NEÓFITO (Zé Bruno – Resgate)
Não há mais nada que me prenda ao que eu não quero mais fazer
Eles confundem ilusão com liberdade
Se dizem "sim" se dizem livres, mas não podem dizer "não"
Fazem de conta que a imitação é de verdade
Tanta teoria pra me embriagar
Ninguém me entende mais eu vou continuar
Comecei por um dia e nunca mais eu vou parar
Fui do inferno ao céu e não quero mais voltar
Não preciso e não vou me explicar
Não há loucura quando os loucos já confundem os normais
Eles comparam o dinheiro com a vida
Se compram sempre, mas, se vendem, nada sobra pra contar
Fazem de conta que opção não escraviza [...]

Boa parte dos artistas gospel são membros de igrejas pentecostais e neopentecostais e os eventos que participam (geralmente em grandes templos, grandes teatros, estádios ou outros locais de grande aglomeração) estão atrelados a estas denominações e às gravadoras evangélicas que possuem rádios, TVs, sites e redes de relacionamento de grande audiência como a MK Music.
Confira no próximo texto a parte final do artigo, em que escrevo sobre as cenas Adoração e Alternativa.

As quatro cenas musicais - parte III
por Sérgio Pereira

Nesta terceira e última parte, pretendo tecer algumas informações a respeito das cenas Adoração e Alternativa. Junto com a música Gospel, a cena de Adoração é uma das que possui maior alcance popular hoje (por isso, muitas vezes se confundem os dois termos), inclusive entre as denominações históricas. Estas também consomem seus produtos e os reproduzem nos momentos de louvor de seus cultos, gerando hoje várias discussões sobre este repertório continuar ou não a ser tocado em suas liturgias, uma vez que algumas destas letras vão contra o que é pregado nos púlpitos de origem histórica, como por exemplo, músicas que dialogam com a teologia da prosperidade, como é o caso da música Rompendo em fé:

ROMPENDO EM FÉ (Ana e Edson Feitosa)
[...] Se diante de mim, não se abrir o mar

Deus vai me fazer andar por sobre as águas
Rompendo em fé,
 minha vida se revestirá do Teu poder

Rompendo em fé,
 com ousadia vou mover o sobrenatural
Vou lutar e vencer, vou plantar e colher,
A cada dia vou viver rompendo em fé.

Fazer parte de uma gravadora era assinar seu nome junto a uma das cenas musicais mais visadas na época: a MPB Cristã se encontrava no selo Vencedores por Cristo e o Gospel na Gospel Records, MK Music, Line Records, Bom Pastor ou Graça Music.
No entanto, algumas igrejas passaram - ainda na década de 1980 - a produzir e a distribuir seus próprios trabalhos musicais de forma independente, com vistas a trabalharem composições para serem cantadas nos cultos evangélicos. Como exemplo temos a Comunidade da Graça, que gravou uma das músicas mais cantadas nos cultos nesta década: Nosso General. No início, chamada de “música de comunidade”, a partir dos anos 1990, tem seu nome alterado para “música de adoração”.

NOSSO GENERAL (Adhemar de Campos)
Pelo Senhor, marchamos sim

O seu exército poderoso é

Sua glória será vista em toda a terra [...]
O nosso general é Cristo

Seguimos os seus passos
Nenhum inimigo nos resistirá [...]

Em 1998, o ministério Diante do Trono, atrelado à Igreja Batista da Lagoinha (Belo Horizonte-MG), lançou seu primeiro disco e o sucesso de vendas deste trabalho alavancou diversos outros artistas e bandas neste estilo no Brasil. Uma das características da cena de Adoração era a distribuição independente de seus produtos. Hoje, vários destes grupos e ministérios entenderam que fazer parte dos conglomerados fonográficos é o melhor caminho para distribuir melhor seus produtos. Sony Music e Som Livre passaram a investir em duas cenas musicais: o Gospel e a Adoração (apesar de chamarem tudo de “Gospel”) e têm alcançado grandes cifras com a venda de CDs e outros produtos relacionados a estes artistas.
Boa parte das músicas da cena Adoração são no estilo rock pop inglês e geralmente suas letras têm a característica de serem escritas em formato “vertical”, ou seja, os compositores escrevem para serem cantadas não na pluralidade como igreja, mas, de forma individual, diretamente para Deus:

SENHOR, TE QUERO (Andy Park)
Eu te busco 
Te procuro, oh Deus
No silêncio Tu estás
Eu te busco, Toda hora espero em Ti, Revela-te a mim 

Conhecer-Te eu quero mais. 

Senhor, Te quero
Quero ouvir Tua voz
Senhor, te quero mais
Quero Tocar-Te
Tua face eu quero ver
Senhor Te quero mais.

Como quarta cena, temos a Música Cristã Alternativa. Predominantemente formada por bandas que atuam em nichos underground como o rock hardcore ou o death metal de bandas como Antidemon. Dificilmente estas bandas se apresentam em cultos (com exceção de denominações como a Caverna de Adulão, de Belo Horizonte e a Crash Church – antiga Zadoque -, de São Paulo) e eventos tradicionais evangélicos devido ao tipo de música, postura no palco, vestimentas e outros adereços pouco comuns aos protestantismos brasileiros convencionais.
No entanto, suas agendas estão carregadas de viagens todos os meses para diversos Estados brasileiros e países do mundo, demonstrando que a cena Alternativa possui muitos consumidores e fãs. São independentes ou ligados a selos relacionados aos nichos. O foco das suas letras é a evangelização e libertação de vícios:
DROGA (Antidemon)
[...] A noite era vazia, 
um tormento sem igual
Visões a me assolar, o diabo a avistar
O futuro era incerto, a droga me trazia

uma tristeza tão profunda, 
a morte eu queria
Droga!
Num lugar ouvi falar, 
que pra mim tinha saída
Só bastava eu aceitar
o perdão pra minha vida
Pois alguém levou na cruz
as tristezas da minha vida
Das drogas me tirou, 
hoje tenho nova vida! 


Vida é Jesus!

APOCALIPSE (Lucio Rodrigues – banda Skymetal)
Apocalipse
Morte, Dor, desespero,

Medo, sofrimento eterno,

Queima como lava no inferno,

É o que satã quer pra você.
Brigas, intrigas, destruição,

Demônios te atormentam,

Ódio, raiva, tentação
É o que satã quer pra você. [...]

Enfim, o intuito deste texto foi mostrar um leque maior do que aquele que geralmente se conhece como música cristã brasileira. Sim, há diversidade e criatividade na música produzida pelos cristãos evangélicos, espalhadas nas quatro cenas musicais. É também meu objetivo despertar outros pesquisadores para estudar de forma minuciosa a arte feita e consumida pelos evangélicos brasileiros, que hoje, mais do que nunca, faz parte da história cultural deste país.
Sérgio Pereira é músico, educador e escritor de materiais didáticos. Mestrando em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Faz parte do duo Baixo e Voz, que neste momento está produzindo seu 5º CD.

Os caminhos da música cristã no Brasil

Texto escrito por Nelson Bomilcar, retirado de seu blog (acesseaqui).


1.   Introdução
Neste pequeno artigo/estudo, queremos fazer uma rápida análise história do uso da música na adoração e evangelização, entendendo um pouco mais de nossas raízes, de nossa herança, e também do que temos visto não só fora, como dentro da realidade no Brasil, além de termos mais alguns elementos para tentarmos tratar e lidar com as questões abaixo:
  • Como podemos avaliar a herança que recebemos dos missionários? O que a história nos ensina e aponta?
  • Como encarar a música produzida no Brasil hoje, tanto na adoração como na evangelização? Estamos abrindo mão do que cremos?
  • Como encarar a cultura no processo criativo? Há limites que devemos respeitar na produção de música considerada cristã?
  • Como lidar com as forças do marketing e de consumo tão presente em nosso meio?
  • O que precisamos resgatar e não abrir mão na música que estamos fazendo?
  • Tudo o que temos visto e ouvido pode ser considerado música cristã?
É fundamental levarmos em conta o propósito da música na adoração e na evangelização. Adquirirmos informações e conhecermos mais do universo da música cristã, trará alguns balizamentos e ampliará nossos caminhos para a música que temos feito nas igrejas ou por músicos e compositores cristãos.
2. A música na adoração, nos primeiros séculos do cristianismo e seu desenvolvimento na reforma protestante.
  •  A música é uma forma legítima de expressão que pode e deve ser usada na adoração. O estudo histórico dos povos da Antiguidade sempre mostra o uso da música como forma de expressão e criatividade do homem.
  • A música foi usada como parte das cerimônias civis e religiosas nas civilizações antigas. A música cantada ou tocada era uma importante manifestação do louvor do povo hebreu.
  • Em 1 Crônicas 15:16-24 temos o registro do trabalho musical e de adoração feita pelos levitas, trabalho sério, profundo e organizado.
  • O Salmo 150 mostra a universalidade da música e das inúmeras possibilidades de uso, considerando as diferentes realidades culturais.
  • O uso terapêutico da música esteve sempre presente (modificou o estado de espírito de Saul, trabalha as emoções)
  • O trabalho dos poetas cristãos eram foram sendo incluídos no repertório da igreja primitiva ( Ef 5.19; Col 3.16)
  • O Novo Testamento mostra a dependência inicial das práticas judaicas.
2.1 Características da música na época da reforma
  • Canto
  • Instrumental
  • Somente homens e meninos
  • Ritmos dependentes dos textos
  • Decreto de Constantino (ano313), Santo Ambrósio séc IV), São Gregório, papa de 590 a 604.
  • Reforma: Lutero (1483-1546), poeta e músico organiza e busca um fortalecimento e depuração doutrinário e a música acompanha esta divisão eclesiástica, buscando suas distinções. A igreja nova procurou restaurar o canto congregacional. “ Castelo Forte” torna-se conhecido como o hino da Reforma.
  • Faz uso de melodias seculares para seus hinos e cânticos, num claro esforço na evangelização e popularizar as doutrinas da Reforma.
  • Calvino se opôs ao uso de instrumentos musicais, cânticos e hinos com divisões e cujas letras não fossem extraídas das Escrituras.
  • Historiadores musicais apontam o fato de que buscar melodias seculares para tornar a música cristã conhecida é um acontecimento familiar na história da igreja.
3.     A música na Igreja no Brasil
Os primeiros cânticos evangélicos soam no Brasil no próprio século de seu descobrimento, o mesmo da Reforma. Vários alemães viajantes como Hans Staden, Heliodoro Fobano e Ulrico Schmidel divulgaram a música de Lutero e de outras cantadas pela igreja calvinista na Baía de Guanabara.
a. Primeiro culto evangélico em 1557
b. Século XVII: início da atividade de adoração e música.
c. Século XVIII: silêncio de manifestações musicais
d. Século XIX: hinos de criação anglo-americana trazidos pelos missionários. Período caracterizado pela organização dos hinários eclesiásticos (1855 a 1932) e depois de consolidação (1932). Período fértil na música.
e. Pouca preocupação com nossa cultura, e quase não houve contextualização.
f. Música Cristã Contemporânea (final da década de 60 e início dos 70). O Jesus Movement aconteceu de roldão em meio a um avivamento, onde Jesus e seus ensinos tinham grande ênfase, em vez da institucionalização das igrejas norte-americanas. O grupo musical Love Song teve grande influência nesta época, junto do ministério da Calvary Chapel, do pastor Chuck Smith.
g. O ministério Maranatha Music teve grande influência, principalmente na missão Vencedores Por Cristo, fundada por Jaime Kemp, onde autores de cantatas e hinos como Kurt Kaiser, Otis Skillings, Ralph Carmichael, Don Wyrtzen (PV) tiveram espaço.
Correndo o risco de esquecer alguém, permito-me a um flash:Vencedores através de suas gravações e ministério evangelístico, veiculou músicas em novos estilos de adoração e evangelização. Outros trabalhos como da Palavra da Vida (Harry Bolback), e de estilos populares tradicionais como Feliciano Amaral e Luís de Carvalho ganhavam espaço também, e as primeiras gravadoras evangélicas aparecem. Grupos como Novo Alvorecer, Mensagem, PAS, Vozes da Verdade, surgem no cenário evangélico.
h. A gravação do disco “De vento em Pôpa”, rompeu definitivamente com as barreiras culturais, trazendo nomes como Aristeu Pires (Brasília), Guilherme Kerr (Campinas), Sérgio Pimenta (Rio), Artur Mendes e Edy Chagas (Bauru), Nelson Bomilcar, Sérgio Leoto e Gerson Ortega (São Paulo), etc.
i. Tivemos também uma influência do Jairinho Gonçalves e Paulo César (PV, Elo e atualmente Logos), do Janires (Rebanhão e MPC) na evangelização e música jovem, coincidindo com o trabalho de David Wilkerson no Brasil na recuperação de toxicômanos e da igreja Cristo Salva do saudoso Tio Cássio, Maurão no trabalho com crianças, Wolô, excelente poeta junto à ABU, Edilson Botelho (Jovens da Verdade), Som Maior, entre os jovens batistas, Grupo Café entre presbiterianos, cada um dentro de seus estilos, trazendo novos ares para a música cristã.
j. O trabalho de Asaph Borba junto a Seara Evangelística no Sul, hoje Comunidade de Porto Alegre, trouxe novo alento na adoração comunitária e influenciou grandemente a igreja no Brasil., tendo como parceiros de visão Adhemar de Campos (Comunidade da Graça) e Gerson Ortega (VPC, Semente e atualmente na Igreja Cristã da Família), Bene Gomes e Alda Célia com o ministério Koinonia desde 88. Destaque para o trabalho brasileiro do MILAD.
k. Vale o registro do trabalho de Jorge Camargo, Jorge Rehder e João Alexandre pelas inúmeras músicas de louvor e de conteúdo evangelístico registrados em cantatas, discos, CDS, fitas e partituras, além do trabalho contextualizado do Josué Rodrigues, Expresso Luz, Carlinhos Veiga e Quarteto Vida junto à Mocidade Para Cristo.
l. Inúmeros cantores, bandas, ministros de louvor e músicos como Kleber Lucas, Ana Paula Valadão (Lagoinha), Carlinhos Félix, Massao Suguihara, Jônatas Liasch (Natinha), Banda Rara, Oficina G-3, Koinonia (Vitória), Carlos Sider (Mensagem), Gladir Cabral, Arlindo Lima (Belém), Daniel Maia, Maurício Caruso, Maurício Domene, Quico Fagundes(Brasília), David Neto, Hilquias Alves, em trabalhos instrumentais, Cia de Jesus, Cântaro, Sal da Terra, Céu na Boca (Brasília), tem influenciado grupos e regiões diversas.
Na área de coros, hinos, partituras, educação e estruturação de trabalhos musicais em igrejas locais e instituições de ensino teológico-musical, tivemos grande influência de João Faustini, Jaci Maraschin, Almir Rosa, Fred e Edward Span, Dick Torrans, Simei Monteiro, Nabor Nunes, Nelson Mathias e Williams Costa Júnior, nas diversas denominações.
Louvamos a Deus pelo sopro do Espírito Santo em nossa nação nestas últimas décadas.  Manifestações de poder, quebrantamento, mais informalidade e autenticidade, maior participação no louvor, edificação, cuidado maior em nossas instituições teológicas de ensino quanto a música, visão profética na adoração, são ganhos e conquistas que não podemos desprezar.
  • Tivemos também de relevante numa história mais recente o que chamo de movimento gospel no Brasil, caracterizado mais com formas musicais diversas(pop, rock, etc), bem diferente do gênero gospel original e da música cristã mais comportada feita até então, objetivando alcançar jovens. Uniu-se a esta ênfase, uma visão e estratégia de marketing para popularizar o gênero na mídia, aproveitando da experiência de homens de publicidade, e de um trabalho que hora surgia, o Renascer em Cristo, o que realmente acabou acontecendo.
  • Brother Simeon, Katsbarnea desenvolvem um trabalho musical de grande influência entre adolescentes e jovens.
4.     O que estamos vendo hoje e o que podemos fazer?
Hoje o que vemos é um leque enorme de opções para a música chamada cristã: o da adoração, o da evangelização, o do entretenimento, atrelada perigosamente ao pano de fundo comercial definitivamente instalado no meio evangélico, o que tem provocado incursões dos artistas e gravadoras seculares cujo objetivo único é explorar no “mercado que representamos”.
Inúmeros cantores, cantoras e grupos tem surgido também em nossas igrejas locais, em função desta realidade.
A mensagem do evangelho tem sido sucateada, colocada em segundo plano,  escondida em letras superficiais e que não ajudam a pessoas a conhecerem mais do Deus das Escrituras Sagradas. Pobreza poética, excesso de preocupação com a imagem, mais do que com a fidelidade à mensagem do evangelho que professamos ou com a integridade dos músicos.
Prova disso são as inúmeras “conversões” a uma mensagem que não contém mais chamada ao arrependimento e a uma entrega total ao Senhorio de Cristo. Uma mensagem açucarada, facilitada, sem preço.
Precisamos buscar a excelência no que se faz, isto é, integridade mais beleza e competência no trabalho musical. Pouco se investe no discipulado responsável de músicos em nossas igrejas locais.
Precisamos de moralização e ética em nosso meio. Necessidade urgente de se respeitar direitos autorais e morais, e buscarmos ter um bom relacionamento com trabalhos e ministérios afins.
Fazermos músicas contextualizadas para nossa realidade urbana brasileira, que dignifiquem a mensagem que cremos e professamos. Precisamos de um culto público com uma linguagem que se identifique mais com as pessoas que queremos alcançar.
Reter o que é bom dos modelos que estamos buscando lá fora. Tivemos o momento de “kenolyzação do louvor” e de outros ministérios, como Hosana Music, Integrity, Vinyeard, todos com interesses não só ministeriais, mas comerciais, junto com suas estruturas que aportaram aqui. Pecamos sempre em absorver o que é massificado pela mídia à exaustão e perdemos outros referenciais.
Temos um caminho aberto e enorme para a música instrumental, já que temos hoje excelentes músicos que tem se levantado nas igrejas. Esta geração tem gerado um número enorme de competentes músicos, que precisam ganhar visão do Reino.
Fortalecimento do trabalho com coros, principalmente para ocuparmos espaços nos centros culturais, para a atuação artística e para a evangelização.
Continuarmos com clínicas, encontros, congressos, que nos levem à reflexão do que temos feito, que nos encorajem à uma vida mais consagrada na obra de Deus, usando a música como instrumento de adoração e evangelização.
Estarmos caminhando junto a associações que buscam um melhor desempenho no ministério da música e um bom testemunho do evangelho que abraçamos.

5.     Conclusão
Que Deus nos leve para uma vida de adoração em oração, comunhão na Palavra, nos bons relacionamentos em nosso meio e num bom testemunho do evangelho. Que naquilo que fazemos para o Senhor, busquemos o melhor para a manifestação da Sua glória, sendo sal e luz do mundo! Que Deus nos ajude.